quarta-feira, 7 de maio de 2014

Geração leite com...?



                Eu que tenho estado mais chato que o habitual ou essa última geração realmente está no fim do uso do bom senso e da noção de realidade? Ou simplesmente a geração anterior, a nossa, da qual fazem parte os pais e mães das crianças em idade escolar de hoje, foi tão pessimamente educada que hoje perderam a capacidade de ensinar seus filhos e se portarem e comportarem?
Estamos vivendo num período de educação pútrida e leviana, onde os pais não sabem mais como criar seus filhos, por falta de tempo, cuidando de seus empregos e carreiras e esquecendo das vidas que colocaram no mundo e para as quais deveriam ensinar valores reais e não apenas preocuparem-se a ensinar o preço das coisas.
Vi uma reportagem há algum tempo falando sobre o professor que perdeu as estribeiras com um aluno e o agrediu, e o título da reportagem, “os professores de hoje estão preparados para dar aula”? Sensacionalismo? Imagina... Porém, não estou defendendo a atitude do professor. Foi errada, desmedida e exacerbada. Mas paremos pra pensar e vamos analisar os dois lados da moeda, mesmo sabendo para qual lado dou maior importância.
Os nossos universitários têm tido formações medíocres (e aqui irei generalizar para os dois lados, não me interessa saber se Universidade A ou Faculdade B são exceções), pois quando frequentam faculdades ou universidades particulares, essas têm o péssimo habito de passar os bons pagadores. Sim isso acontece, se não te avisaram. Afinal, o pai de fulano é secretário da picaretagem local ou dono do supermercado que paga mal pra cacete, ou mesmo sobrinho do dono daquela loja que boa parte das acadêmicas compram seu “uniforme de sexta-feira a noite da faculdade, pré-balada”, então não se pode reprovar. Os próprios alunos garganteiam isso em aulas, cenas das quais presenciei quando fiz minha primeira faculdade, que ele está pagando, portanto o professor tem o dever de passa-lo, afinal, ele está ali pra isso e não o está ensinando direito. E ai se o professor fizer alguma exigência capital, como entrar na biblioteca e ler um livro. É o fim do mundo!
Se há professores medíocres na rede particular de ensino? Claro que há, assim como há na pública também. Mas e os alunos, serão responsabilizados quando por sua inépcia? Nas universidades públicas, temos um monte tão grande de problemas, que elencar os principais fica um tanto quanto complicado, mas podemos citar alguns aleatórios, só pra ilustrar com argumentos esse texto.
Podemos citar o descaso do Estado para com as instituições de sua responsabilidade, verba para reparos e manutenção ridículas, salários defasados, quando não atrasados, precariedade e professores que talvez tenham perdido a capacidade de exigir, de “tirar o sangue”, dos seus alunos. Há muita mão passada na cabeça, falta de animo de dirigir-se a sala de aula.
Se há professores excepcionais, mesmo convivendo nesse ambiente inóspito de ensino? Há, assim como há na rede privada de ensino, ou seja, nos dois lados há o Yin e o Yang da educação. Mas citei a questão da educação superior primeiro porque ela ajudará a entender meu ponto de defesa.
E a culpa dos alunos que temos hoje, quem leva? Já que de certa forma identificamos uma culpa pelos profissionais que temos hoje, precisamos rever onde está o problema com os filhos. Oras, se é com os filhos, precisamos buscar a fundo onde está?
A pergunta aqui é, “onde nossos pais erraram?”. Porque se pensarmos, aquilo que passamos para nossos filhos são praticamente as experiências que aprendemos com nossos pais, ou qualquer que seja a referência que tenhamos tido, acrescentamos a isso nossas experiências de convívio e transmitimos o que achamos correto aos nossos rebentos. Então, torno a perguntar onde erraram?
Tanto nossa geração, quanto a de agora, nossos filhos, tem se mostrado pessoas frias, mesquinhas e sem nenhum valor ético e moral, servindo de escada para pessoas ambiciosas e com coragem de usar e manipular as pessoas como bem entendem.
Não importam se é uma “família convencional”, produção independente ou uma família homo afetiva, os valores sociais, éticos e morais são estabelecidos pelo que aprenderam até aquele momento e é de obrigação dessa família passar esses valores aos seus filhos. Coisa que todos estão relegando a escola. A escola não tem responsabilidade de educar os filhos de ninguém, ela tem responsabilidade de instruí-los academicamente com conhecimento. As questões do certo, do errado e do que é moral são responsabilidades da família.

E então, vamos educar nossos filhos?