Havia uma árvore, não faz muito tempo, que apesar de ser jovem e pra quem olhasse de soslaio, pensava se tratar de uma espécie de muita força e de um vigor invejável, além de perceber que era de muita beleza. Essa árvore tinha consciência e a usava para guiar e cuidar de suas sementes. Soltou suas sementes no momento certo, para que os ventos adequados carregassem de forma segura e fossem parar em terras adequadas para que pudessem crescer tão lindas quanto à árvore mãe. Mesmo quando não se achava mais possível que a árvore pudesse dar mais sementes, ela surpreendia, deixando cair mais umas poucas e excelentes sementes e mesmo assim teve o mesmo cuidado que teve com as outras.
Mas essa árvore não resistiu e sucumbiu ao tempo e aos ventos e tormentas que assolavam suas raízes e essa sábia árvore tombou. O choque inicial foi inevitável, afinal, como uma árvore tão bela e forte, poderia se render a ventos e tempestades? – Mas foi o que aconteceu.
Sua sombra já não pode ser mais apreciada e seus ensinamentos não podem mais ser aprendidos, mas mesmo assim, ela deixou frutos. Frutos que são aquelas sementes que ela soltou no tempo certo e com tanto cuidado. Enquanto pôde, dividiu todo o seu conhecimento para esses frutos. Uns aproveitaram um pouco mais, outros um pouco menos, mas todos têm a certeza de que foram amados e cuidados com a mesma intensidade, com a força de todas as suas raízes.
Mesmo tombada, sabemos que essa árvore, retornará para a terra de onde veio e futuramente nascerá de novo, mas até lá ela ficará observando seus frutos crescerem e quando esses frutos passarem por tempestades violentas, ela estará perto para ajudar a acalmar essa tempestade ou para dar força para as raízes de suas sementes.
Esse texto foi dedicado para Kelli da Rosa, e ela sim, saberá lê-lo da forma que deve ser lido.