terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Desejo




                O desejo que ardia em seu peito era incalculável. Não podia ser mensurado por técnica humana alguma.  Era ardente, insano, imaturo, incompreendido por quem o cercava, que conhecia sua história e a dela. Taxavam-no de louco e inconsequente, pois como poderia desejar tanto uma mulher, tão ardentemente, sem nem ao menos conhecê-la intimamente?
Mas ele sabia. Sabia que o toque daquela pele, o sabor daquele beijo era tudo o que ele precisa sentir. Trocaria os alimentos, pelo toque de seus lábios, trocaria água para poder abraçá-la, trocaria seus amigos pela companhia de seus braços. Nada mais importava, estava cego para o mundo, surdo para a razão. Só ela importava.
Por mais tempo que insistisse e tentasse uma aproximação, nada conseguia. Nenhuma tentativa e investida tinha se mostrado frutífera, sentia o gosto de uma bebida amarga na boca, todas as vezes que falhava. Mas nunca perdeu as esperanças.
Até o dia em que o convite veio, “Venha me ver!”. Precisou olhar mais que uma vez aquele telegrama. Não tinha certeza se aquilo era uma brincadeira, de gosto duvidoso, de seus amigos convalescidos de sua paixão irracional ou se seria ela mesma. Essa duvida o corroia intimamente, transtornava-o, enlouquecia-o.
Respirou fundo, colocou seus pensamentos em ordem, disse para si mesmo que se ficasse se remoendo com a dúvida jamais chegaria à certeza. Encarou o medo de ilusão e foi adiante. Encaminhou-se para a cidade dela com a maior esperança do mundo, mas sem tirar os pés do chão, para que se algo desse errado, a queda não o machucasse muito.
Quando a encontrou, seu corpo foi percorrido por um milhão de volts. Ela era sem duvida alguma, a pessoa mais inacreditavelmente bela que ele já havia visto. Seu sorriso quando se dirigiu a ele foi de uma luz reconfortante. Seu perfume, ele percebeu, seria capar de amolecer até mesmo o mais bárbaro dos homens.
Palavras foram desnecessárias. Quando seus braços se envolveram e seus olhos se cruzaram, o magnetismo natural do amor foi o suficiente para atrair seus lábios e escorregá-los no mais apaixonado dos beijos. Nada existiu  naquele momento, um lágrima escorreu e foi secada, por dedos apaixonados e felizes, que seguram suas mãos com força e proteção.
Não posso dizer se foram felizes para sempre, pois sua história está apenas começando. Vai depender deles. Apenas deles.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Expectativas


    
    Expectativas, sonhos, objetivos e desilusões, são coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia e que acabamos por considerar banais e corriqueiras. Certo, fazemos isso quando é o sonho e objetivos alheios, quando se trata dos nossos, torcemos para que dê tudo certo, ocorra tudo nos conformes, nada dê errado.
É fácil estar de fora, por a mão num ombro qualquer e dizer “Deus tem planos melhores para você”, ou “Acalme-se, vai dar tudo certo” e pagar de pessoa sensata e serena que acalma os outros. Eu sei, faço isso com frequência.
Mas quando a coisa aperta para nosso lado é que eu gostaria de saber onde vai parar toda aquela serenidade e confiança que dedicamos aos outros, pois nesses momentos ela some, mas rápido do que fortuna de político quando aparece a fiscalização tributária. Em geral não culpo a Deus por nada do que me aconteça, afinal a culpa ou o mérito de tudo é meu, mas agradeço por tudo de bom que acontece.
Acho tão feio e ridículo quando as pessoas atribuem sentenças a Ele, quando Ele não tem participação alguma nos nossos problemas.
Deus não julga, não pune, não culpa, não se ofende. Ele te deu vida e criou as leis que você segue (ou deveria), portanto ele não tem culpa dos seus obstáculos, nem castiga você pelos seus erros.
Então, quando os seus projetos frustrarem você, faça novos projetos, anime-se e tente acertar nesse, se não for nesse, que seja no próximo, no próximo e no próximo.