O
desejo que ardia em seu peito era incalculável. Não podia ser mensurado por
técnica humana alguma. Era ardente,
insano, imaturo, incompreendido por quem o cercava, que conhecia sua história e
a dela. Taxavam-no de louco e inconsequente, pois como poderia desejar tanto uma
mulher, tão ardentemente, sem nem ao menos conhecê-la intimamente?
Mas ele
sabia. Sabia que o toque daquela pele, o sabor daquele beijo era tudo o que ele
precisa sentir. Trocaria os alimentos, pelo toque de seus lábios, trocaria água
para poder abraçá-la, trocaria seus amigos pela companhia de seus braços. Nada mais
importava, estava cego para o mundo, surdo para a razão. Só ela importava.
Por mais
tempo que insistisse e tentasse uma aproximação, nada conseguia. Nenhuma tentativa
e investida tinha se mostrado frutífera, sentia o gosto de uma bebida amarga na
boca, todas as vezes que falhava. Mas nunca perdeu as esperanças.
Até o dia em
que o convite veio, “Venha me ver!”. Precisou olhar mais que uma vez aquele
telegrama. Não tinha certeza se aquilo era uma brincadeira, de gosto duvidoso,
de seus amigos convalescidos de sua paixão irracional ou se seria ela mesma. Essa
duvida o corroia intimamente, transtornava-o, enlouquecia-o.
Respirou fundo,
colocou seus pensamentos em ordem, disse para si mesmo que se ficasse se
remoendo com a dúvida jamais chegaria à certeza. Encarou o medo de ilusão e foi
adiante. Encaminhou-se para a cidade dela com a maior esperança do mundo, mas
sem tirar os pés do chão, para que se algo desse errado, a queda não o
machucasse muito.
Quando a
encontrou, seu corpo foi percorrido por um milhão de volts. Ela era sem duvida
alguma, a pessoa mais inacreditavelmente bela que ele já havia visto. Seu sorriso
quando se dirigiu a ele foi de uma luz reconfortante. Seu perfume, ele
percebeu, seria capar de amolecer até mesmo o mais bárbaro dos homens.
Palavras foram
desnecessárias. Quando seus braços se envolveram e seus olhos se cruzaram, o
magnetismo natural do amor foi o suficiente para atrair seus lábios e escorregá-los
no mais apaixonado dos beijos. Nada existiu
naquele momento, um lágrima escorreu e foi secada, por dedos apaixonados
e felizes, que seguram suas mãos com força e proteção.
Não posso
dizer se foram felizes para sempre, pois sua história está apenas começando. Vai
depender deles. Apenas deles.